Impedir que a contaminação atinja os rins é crucial para evitar um problema de saúde mais grave
Um em cada cinco idosos têm infecção urinária alta, ou seja, nos rins, e esse número dobra após os 80 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia. A imunidade mais baixa, doenças crônicas e outros problemas que aparecem com a idade, como diabetes, demência, aumento da próstata e atrofia vaginal, podem favorecer contaminações por bactérias, que muitas vezes, aparecem sem sintomas claros, como a febre. O risco é que elas se transformem numa infecção generalizada (sepse), podendo ameaçar a vida do paciente. Veja como isso acontece e como evitar.
Infecção urinária baixa e alta
A infecção urinária baixa, também conhecida como cistite, só produz sintomas relacionados ao trato urinário, como por exemplo, urina com forte odor e sangue, dor e dificuldade para urinar. Depois de começar na bexiga, a infecção pode subir pelo ureter até atingir os rins e ocasionar a infecção urinária alta (pielonefrite). Neste caso, os sintomas são dor, mal estar, vômitos e, no estágio mais grave, febre.
Qualquer cistite pode levar à pielonefrite, mas, em 80% a 90% dos casos, a infecção urinária alta é provocada por uma bactéria presente no trato intestinal, a E.coli (Escherichia coli), que tem predileção pelo revestimento da bexiga.
Riscos em idosos
As mulheres são mais propensas a ter infecção por que têm o canal urinário mais curto e próximo do ânus, o que favorece a contaminação por microorganismos. Nas idosas, esse risco se eleva com a diminuição da produção de estrogênio, que causa, entre outras alterações, o ressecamento e a inflamação das paredes vaginais, que podem levar à atrofia vaginal. No homem idoso, o aumento da próstata pode dificultar o esvaziamento da bexiga e causar infecções.
Por conta desses fatores, nos idosos, a infecção pode tomar conta do corpo sem febre ou alterações na urina (odor, sangue ou pus), mas podem aparecer alterações sensoriais e mentais inespecíficas.
Prevenção
Para evitar esse quadro, o ideal é realizar check-ups periódicos e adotar algumas medidas preventivas, como redobrar os cuidados com a higiene, beber água suficiente para ir ao banheiro de 6 a 7 vezes por dia, ir ao banheiro sempre que sentir vontade de urinar e conferir o aspecto da urina — quando ela está saudável, deve ser amarela clara, quase transparente, sem espuma ou cheiro muito forte.
Para as mulheres, pode ser indicada a reposição hormonal com estrógeno para o tratamento tópico da infecção urinária. Já os homens devem realizar exames de sangue e de toque retal para verificar se a causa da dificuldade de urinar é o aumento da próstata. Essa investigação também é recomendada a partir dos 50 anos, como medida preventiva de câncer de próstata.
Fonte: Medium