Aqui te respondo a importância da Terapia cognitivo-comportamental no tratamento do Transtorno de pânico

O que é transtorno de pânico?

O transtorno do pânico (TP) é caracterizado por episódios, repentinos de ansiedade onde geralmente pacientes relatam de forma frequente o início das crises após um período de estresse, seguidos de sintomas físicos e emocionais, associado a uma qualidade de vida reduzida e funcionamento psicossocial prejudicado (MANFRO 2008).

A terapia cognitivo-comportamental tem demonstrado eficácia no tratamento de pacientes portadores de TP?

Estudos afirmam que terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma forma de psicoterapia que apresenta eficaz resposta a curto e longo prazo tanto para os sintomas nucleares do pânico quanto para os sintomas residuais e persistentes como por exemplo; estado emocional de apreensão antecipatória, evitação fóbica e agorafobia (BOTTA 2016).

Segundo a TCC (terapia cognitivo-comportamental) quais são os primeiros sinais e sintomas do transtorno?

Segundo o modelo cognitivo-comportamental, os ataques de pânico surgem quando o indivíduo faz interpretações distorcidas e catastróficas sobre a realidade a respeito dos sintomas corporais. Tontura, ânsia de vomito, sensação de desmaio, sudorese e palpitações cardíacas podem ser interpretadas, por exemplo, como um episodio de infarto ou ataque cardíaco ( KING 2011). Estas distorções aumentam a excitação e intensificam as sensações corporais, ocorrendo a descarga de adrenalina (hormônio neurotransmissor responsável pela estimulação do sistema nervoso) liberada no sangue, de maneira abrupta, geram sentimentos de angústia, irritabilidade, tensão e inquietação (LIMA 2015)

A TCC é uma abordagem terapêutica cujo principal objetivo é através de suas técnicas corrigir pensamentos catastróficos, que favorecem a manutenção do medo e as evitações, esses recursos comportamentais previnem recaídas, diminuindo a ansiedade e ajudando o paciente a lidar com os eventos e pensamentos temidos gerando melhoria a qualidade de vida (MANFRO 2008). O Transtorno do Pânico é um transtorno que influencia muito a qualidade de vida dos pacientes, já que sua repercussão pode acometer diversos âmbitos da vida, como familiar, ocupacional, social e físico. Ataques de Pânico são crises de medo e desconforto intensos, acompanhados de quatro ou mais sintomas, que se desenvolveram de forma súbita e alcançaram um pico máximo em torno de dez minutos, tais como: taquicardia, sudorese, tremores, falta de ar, sensação de desmaio, náusea, tonturas, vertigem, desrealização ou despersonalização, sensação de descontrole emocional, medo de morrer, calafrios, anestesia ou sensação de formigamento (KING 2011).

Como os portadores de TP se comportam diante de seus medos?

Segundo Leahy (2011) descreve o ataque de pânico como o surgimento da ansiedade baseada nos fenômenos que acontecem em seu corpo; o individuo que sofre com o transtorno tem medo de suas próprias sensações acreditando de forma errônea que esta tendo um colapso nervoso, ataque cardíaco ou esteja enlouquecendo. O início dos sintomas de ataques de pânico ocorreria a partir do momento em que o indivíduo interpreta as sensações fisiológicas corporais normais emergentes como sintomas de doença grave ou morte. Quando essa associação distorcida se estabelece, passa a ser referência cognitiva vigente do paciente (SILVA 2012).

Pacientes com transtorno do pânico supervalorizam essas sensações físicas, interpretando esses sintomas de forma mais acentuada do que eles realmente são, evidenciando mais ansiedade favorecendo um ciclo vicioso até desencadear um ataque de pânico( BOTTA 2016). A TCC baseia-se na premissa de que a natureza das distorções cognitivas encontram-se na forma como individuo interpreta suas experiencias de vidas, se avaliadas de forma errônea, aumentam impacto das possíveis falhas na rotina, por meio da terapia o paciente identifica os pensamentos automáticos questionando-os de acordo com as evidencias e consequentemente substitui as distorções (BAHS 2004).

Quais as principais técnicas utilizadas pela TCC e sua relevância no tratamento?

Pesquisas confirmam a eficácia da TCC para o tratamento de pacientes portadores do transtorno de pânico, segundo Rangé (2008), a TCC utiliza técnicas especificas direcionadas a organizar ou até mesmo neutralizar comportamentos desadaptativos através de técnicas como a psicoeducativo e a restruturação cognitiva, orientando o paciente a enfrentar as situações temidas e que geram ansiedade aguda. A terapia é vista como um dos tratamentos mais eficazes ao transtorno de pânico, Silva (2012) afirma que a terapia de base cognitiva-comportamental é fundamental no tratamento do transtorno do pânico, restabelecendo o pensamento do paciente que causam desconforto ou sofrimento, através de exercícios que fornecem o controle da ansiedade e da situação aversiva.

King (2007), declara que através das fundamentações da TCC o indivíduo com Transtorno do pânico passa a enxergar as reações corporais emergentes como naturais, as quais não simbolizam perigo real mas derivadas de mecanismos fisiológicos, ensinando estratégias a lidar com as sensações corporais e os comportamentos disfuncionais de forma valida e sem medo. O principal objetivo das técnicas cognitivas é corrigir as interpretações catastróficas geradas por pensamentos disfuncionais e equivocados sobre a realidade( LEAHY 2011).

 

Fonte: Milena Cruz Marreiros de Sousa
*Especialista em saúde mental e atenção psicossocial
*Especialista em Saúde do idoso gestão e assistência em gerontologia